Mariana Lordêlo | Bienal | Zeca Baleiro


Bienal 

Cançó de Zé Ramalho

Desmaterializando a obra de arte do fim do milênioFaço um quadro com moléculas de hidrogênioFios de pentelho de um velho armênioCuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Meu conceito parece, à primeira vista,Um barrococó figurativo neo-expressionistaCom pitadas de arte nouveau pós-surrealistacalcado da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,Vendo minha obra exposta na galeria,""Meu filho, isso é mais estranho que o cu da jiaE muito mais feio que um hipopótamo insone""
Pra entender um trabalho tão modernoÉ preciso ler o segundo caderno,Calcular o produto bruto interno,Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,Rodopiando na fúria do ciclone,Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtextoDa arte desmaterializada no presente contextoReciclando o lixo lá do cestoChego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e BasquiatNova York, me espere que eu vou jáPicharei com dendê de vatapáUma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúvaCom tampinhas de pepsi e fanta uvaUm penico com água da última chuva,Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matériaCom a arte pulsando na artériaBoto fogo no gelo da SibériaFaço até cair neve em TeresinaCom o clarão do raio da silibrinaDesintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da silibrinaDesintegro o poder da bactéria
 
Compositors: Jose De Ribamar Coelho Santos
Lletra de Bienal © Universal Music Publishing Group
 

Font: https://g.co/kgs/AzU39h

Video de 2014 de 2 minuts

Link: https://www.youtube.com/watch?v=tQOhV5vYI0c

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